segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Amores, ex-amores e desamores


O ponto de partida para a reflexão que gostaria de compartilhar é o último episódio da novela exibida pela Rede Globo chamada “Insensato Coração”. Confesso que nunca fui um grande apreciador de novelas, tampouco da emissora, embora, acredite que trabalhados bem feitos devam ser reconhecidos, independente do meio em questão. Recentemente, tivemos retratados personagens interessantes, e bem interpretados, como esquizofrênicos e sociopatas. Porém, como se pode deduzir, não acompanhei os capítulos desta última novela regularmente. No entanto, no último sábado, acabei assistindo a algumas cenas do desfecho da história enquanto saboreava um excelente rodízio de pizzas. Mas, detalhes a parte, o tema em que quero me deter é o título da novela. “Insensato Coração”.  Isto porque, assim como a mim, é um título que dá margem a qualquer um pensar muitas coisas. Talvez, em pessoas que conhecemos, desconhecidos que seja, outros filmes, novelas ou seriados. Coração. Amores, paixões, loucura. Insensatez. Parece tudo parte de um grande pacote. Que todos conhecemos, seja ele aberto por nós ou endereçado a terceiros. Como a Caixa de Pandora, recheada de perigos e contradições, dos quais todos carregamos algum pertence. 
Quem dera se tivéssemos a medida do amor.  Se pudéssemos o compreender, ou ao menos chegar perto disto, como tantos filósofos, cientistas e literatos ousaram fazer. Um tema que de fato nunca se esgota. E o mais incrível nisto tudo? Parece que quanto mais falamos e aprendemos, descobrimos que ainda há muito mais para aprender. Talvez, nem seja preciso saber. O importante mesmo é sentir. E cada um sente ao seu modo. Tão singular em sua pluralidade. O amor é o caminho por si só, ou o Tao, se preferirem, como dizem os Taoístas. Sendo assim, a mais difícil das lições. O mais duro aprendizado. O amor possui várias faces sem ao menos ter traços definidos. Surpreendente e imprevisível.  Quase mágico. Há amores que são exigentes, que oferecem, mas que cobram; os descompromissados, que recebem aos poucos e de forma inconstante; e os egoístas, que apenas recebem e nada doam. Fantasias diferentes para cenários diferentes, somos todos protagonistas deste ato.  Que se desenrola no cotidiano, por trás dos holofotes.  Amantes anônimos. Do dinheiro e do poder ao amor de pai e mãe; do amor romântico ao amor pelo clube de futebol, de um partido ou causa à religião. A novela da vida, definitivamente, não parece ou faz de conta. Nela as coisas são como são. O ibope é sempre garantido. Mas se são boas ou más? Depende. O que você quer encontrar? Afinal de contas, os olhos só enxergam aquilo o que podemos ver.
O que podemos dizer é que existem tantos enredos quantos forem os personagens. Não existem heróis ou vilões, apenas pessoas comuns. Por vezes, em lados opostos. Vemos amores ora profundos ora superficiais; sinceros ou dissimulados. No entanto, o clichê de todas estas histórias são as idas e vindas. Transitando por amores plenos à ex-amores, e até desamores.  É claro que nesta receita não poderiam faltar alguns condimentos e temperos típicos, para compor um dos pratos mais conhecidos por nós: A ambivalência. Pois onde há amor dizem que também pode haver ódio, desconfiança, ciúme, insegurança. Equilíbrio frágil. A boa e velha nova; sempre nos surpreende. Basta abrir as páginas dos jornais, onde vemos crimes passionais; atentados terroristas; assassinatos em massa ou contra colegiais; o lado oposto de uma mesma moeda. Onde há também espaço para a vida, como o nascimento de um filho; início de um namoro ou casamento; o começo de uma grande amizade. Difícil entender tamanha disparidade. Mas muito fácil cair nas armadilhas que nos levam a dor. Do amor viemos; com ele convivemos. Mas se crescemos ou se nos perdemos, depende do que aprendemos. O bom é que sempre há escolha. 

2 comentários:

  1. Frederico... O incrível é saber que amores, desamores e ex-amores, fazem parte do nosso pacote, daquilo que somos, ainda que atualmente sejam "ex". Não há como livrar-se totalmente do que já foi amor, tenha sido esta experiência mais boa ou mais má (não há apenas o bom ou o mau)... Por isso digo que é um "pacote só". E conforme teu texto, fazem parte do melhor e do pior que a humanidade carrega. Parabéns pela sensibilidade!

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    1. Concordo contigo. E muito obrigado pelo elogio e por prestigiar o texto!

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